Achados e perdidos;

Ela nunca foi muito de beber, mas naquela noite pediu um conhaque, precisava de algo forte, algo que pudesse ajudá-la a enfrentrar o frio que fazia, o frio que entrou pela porta que Ele deixara aberta ao sair.
Ele perdeu o caminho de casa, caiu em falsos abismos, foi trapezista de um circo falido, jogou sinuca em um bar sujo de esquina, pescou sonhos com anzóis enferrujados;
Ela estava com as bochechas rosas, efeito do álcool, seus olhos já enfim derrotados pelo sono fechou-se, dormiu para ver imagens deturpadas, sorrisos apagados, e uma moça dizendo adeus a um marinheiro, olhos triste de amor rompido, promessas de um futuro incerto.
Ele sentado na proa do barco espera ver em breve terra firme para finalmente livrar-se dos enjôos constantes que o balanço das àguas lhe provoca, cansou-se das sereias e piranhas, queria mesmo era uma cigana que decifrasse seu futuro.



* Às vezes textos encontrados nos perdidos e achados de nossas coisas faz a gente pensar em sentimentos que já nem lembravamos.


beijos