domingo, 28 de setembro de 2008

Diagnóstico.

A curva era muito fechada e derrapei na lama, permaneci ali, me fingindo de morta, talvez.
Não sinalizo pedido de socorro, nem ao menos clamo por socorro, é preciso levantar-se sozinha.
É preciso ir ao médico, exames de rotina, talvez. Os diagnósticos são os mais variáveis possíveis, ou seja, são muitos. Alguns deles até um pouco improváveis, as teorias são diversas, vêm de todos os lugares e de todas as pessoas.
Mas a única que realmente me importa é a minha.
Será que estou tentando fundar minhas atitudes em alguma cartilha de comportamento? Talvez. Quem dera fosse um capricho meu, consciente, essa minha inconstância. Falando sério, eu realmente queria fazer algum sentido, pelo menos pra mim.
Então vejo muita gente tentando entender, esse meu silencio, essa minha ironia, esse meu orgulho, essa minha neura e sinto muito. Sinto tanto que até parece mentira, ceninha.
É como um vicio como se eu estivesse sempre um motivo de querer sair da normalidade que me prende, querendo enfim transcender a vida comum e os sentimentos amenos.
Às vezes me parece que estou forçando uma paixão, querendo me apaixonar toda semana, e sempre por uma pessoa nova, seja aquele cara que eu vi na rua ou aquele cara da faculdade;
Sei que os diagnósticos são desanimadores, mas advinha? A médica sou eu, e como não quero entristecer o paciente, to me dando alta! Podem falar que sou imprudente, negligente e dai? Processe-me se quiser.
Nesse acidente babaca, não sou o atropelado, nem o motorista, muito menos o veiculo, sou o acidente. Na real, eu quero uma tragédia, daquelas que levantam fumaça, daquelas que tem fogo, daquelas que resultam em explosão, daquelas que o barulho ecoa por toda parte, que entra em todos os vãos e buracos; E quando tudo acontecer quero que você veja da janela de sua casa e saia correndo para ver o que aconteceu, quero que saía e veja que não estou lá.
ps: não sofri nenhuma acidente, nem carteira eu tenho.
beijos

domingo, 14 de setembro de 2008

Fazendo filme

Eu tenho um problema. Ta eu sei, não sou a única. Alias, não tenho apenas UM problema, tenho vário, mas o problema em questão, é o de eu querer fazer que acontecimentos comuns se tornem em verdadeiros eventos cinematográficos com direito a 1 bilhão de bilhetes vendidos e indicação ao oscar. Enfim, aquela velha historia de “ter o que contar”, mas isso cansa. E bom, minha vida não é tão agitada e interessante assim.
Lanço-me em historias de romances perfeitos que fazem chorar, em comédias românticas, em tragédias, e ficções. Os coadjuvantes vêm e vão, alguns nem se vão, outros nem aparecem em cena, alguns que eu julgava ser bons se mostram verdadeiros fracassados, outros ficam a espera da nova cena. Triste mesmo, é quando me deparo com os tais fracassados - eles resultam em rombos no orçamento - porque acabo tendo que modificar todo o roteiro, sim eu sou a roteirista. Quando as coisas fogem do controle, paro a cena, grito, fico vermelha e mando todo mundo embora, sim eu sou a diretora também.
Mas nessa brincadeira, acabo deixando momentos menos grandiosos passarem despercebidos. Fazendo de uma simples saída pra comprar pão em uma fuga grandiosa com direito a conversível e vento lambendo os cabelos. E daquele beijo na porta de casa em um torrencial beijo debaixo da chuva numa avenida grande e vazia, com direito a trilha sonora. Aquele tchau, transformo em adeus, junto com choro e sentimento de que nada será como antes;
Por ser a protagonista e antagonista (depende do ciclo menstrual) da história tento ser cativante, mas isso também cansa; a atriz famosa aqui tem crises e precisa ser internada, não consigo conviver com tanta fama.
Por muito tempo fui documentário, mas entenda ele não estava me dando muitos lucros, talvez as histórias fantasiosas e cheias de esperanças sejam mais vantajosas; capitalista sim, e daí? Prefiro continuar assim protagonizando um filme cult, sem fim, cheio de coadjuvantes que vem e que vão, quem sabe nesse percurso não encontro uma grande estrela.



ps: Meus posts estão cada vez mais escassos, mas isso não quer dizer que durante a semana eu não acompanhe os blogs de vcs as vezes só não comento. E é isso.

beijos

domingo, 7 de setembro de 2008

Quero mais sentimento

Me pedem pra sair, dizem que preciso viver minha juventude, que não serei jovem pra sempre, mas eu não me lembro como foi que me tornei assim, tão isolada, e um pouco babaca.
Quando foi que me tornei essa pessoa cheia de princípios e soluções pra tudo?
Quando foi que me tornei essa patética garota, terrivelmente comum, tão acanhada e medrosa?
Cadê o meu tempo de loucuras? De insanidade? Desde quando eu sou a responsável?
Na moral, eu quero uma explosão! Explosão de cores e sentimentos, quero mais vida, mais sorrisos, mais amigos verdadeiros (como aqueles que deixei a 2 anos junto com ele), mais tudo.